Tuesday, May 30, 2006



AMAR...
é sentir a tua felicidade
AMAR...
é sentir a emoção
de ter em meu corpo a tua mão
AMAR...
é morrer de saudade
fugir à tortura dum amor proibido,
sentir-te longe...
mas a mim tão unido
AMAR...
é acordar com o teu beijo,
a dormir, sentir desejo
de num deserto contigo estar
AMAR...
é esta força
que por ti
e contra tudo
me faz lutar...

Tuesday, May 23, 2006



BALADA DE DESPEDIDA

Na maré de capas negras
Nesta Sé de penas
Se agitam as fitas
Em ondas amenas

Onde reina a côr
Que pinta orações
E se cala a dor
Que há nos corações

Benze-me a capa Senhor
Peço por favor...
Conserva-lhe a história
Dos anos em flôr

A flôr que eu perdi
Mal a encontrei
Penso dessa vida
SENHOR...sonhei

Dessa flôr, que é meu luto
Nascerá o fruto
De uma côr serena
E o mais doce gosto

Gosto da saudade
Com que eu fiquei
Do Porto cidade
Meu escravo e rei

(LUIS PEDRO SILVA)


A NOITE DESCE...

Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosas,
A noite desce...Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristissimos fechassem!

Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crespúsculo que desce me enterrassem!

A noite em sombra e fumo se desfaz...
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!

E a noite vai descendo, muda e calma...
Meu doce Amor, tu beijas a minhalma
Beijando nesta hora a minha boca!

(FLORBELA ESPANCA)

Wednesday, May 17, 2006



Quando eu morrer...
ROSAS BRANCAS
Para mim ninguém as corte
Quem as não teve na vida
De que lhe servem na morte
Quando eu morrer...
ROSAS BRANCAS
Para mim ninguém as corte
Quando eu morrer..
Nem sequer
Na campa uma cruz erguida
Para calvário já basta
A cruz que levo da vida
Quando eu morrer...
Nem sequer
Na campa uma cruz erguida

(ARMANDO GOES)

Tuesday, May 09, 2006



COMO O CHORO DE UMA BALADA

Foste a ancora que se partiu
Naquela madrugada
Sonhos dourados...
Utopias de adolescente...
Vulcão de quimeras...
Fantasias derramadas
Afundaram-se...
Nesse mar tenebroso
Que tudo engoliu...

Saturday, May 06, 2006



MÃE

...Faz de conta que ainda não cresci
E que ainda não sei falar
E que tudo depende de ti
E o nome que me vais dar
Canta outa vez no meu berço
As tuas canções de embalar
Reza por mim mais um terço
E pede a Deus para me ajudar
Volta a puxar-me a orelha
Bate porque eu quero chorar
Grita, zanga, aconselha
Dá beijos para eu me calar...

Thursday, May 04, 2006


A CRUZ QUE ESCOLHESTE PARA BÁCULO

Carregaste a cruz do mundo
Com a garra de um herói
Nem a doença te travou
Débil e já sem forças
Lutaste até ao fim...
Semeaste AMOR
Espalhaste FÉ
Transmitiste CORAGEM
As mãos tremiam
As pernas fraquejavam
As palavras vacilavam...
E já no fim da viagem
Mostraste ao mundo
Que é com muito Amor
Que a vida se constrói