Thursday, March 01, 2007



DESCULPA…
NÃO CHEGUEI A TEMPO


Geme o restolho, triste e solitário
A embalar a noite escura e fria
E a perder-se no olhar da ventania
Que canta ao tom do velho campanário

Geme o restolho, preso de saudade
Esquecido, enlouquecido, dominado
Escondido entre as sombras do montado
Sem forças e sem cor e sem vontade

Geme o restolho, a transpirar de chuva
Nos campos que a ceifeira mutilou
Dormindo em velhos sonhos que sonhou
Na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo
Semear no pó e voltar a colher
Há que ser trigo, depois ser restolho
Há que penar para aprender a viver

E a vida não é existir sem mais nada
A vida não é dia sim, dia não
É feita em cada entrega alucinada
P’ra receber daquilo que aumenta o coração

(Mafalda Veiga)

Geme o restolho triste e solitário, preso de saudade, enlouquecido, sem forças e sem vontade… e junto ao teu velho campanário, canto a melodia que o mudo jamais cantou.
Incrédula e adormecida nos sonhos que não sonhei, espero receber a mensagem prometida do que disseste eu já saber… mas nada sei…
O Pedro já sorriu, sabes? A Ana petrificou… mas vai “acordar”. O Zé… o Zé jamais deixará de te amar.
Deixo-te o beijo que não te dei