Thursday, April 26, 2007


Espera…
Não partas já…Ouve o que ainda tenho para te dizer… Remexendo as cinzas do passado, encontrei um cristal que ainda reluz… As cartas… os postais… o postal… o último postal… A lembrança de um tempo que não tem fim… A recordação intemporal da mais bela história… a nossa história… A voz… o timbre da tua voz que calava a poluição sonora. O sorriso… o teu sorriso que dava mais cor às pedras do Arquinho. As brincadeiras… o espelho da nossa infantilidade… A porta da tia velhinha… O smoking… A timidez disfarçada pelo riso estridente que fazia eco nas muralhas… O aviso da partida… duma partida sem regresso. As lágrimas entrecortadas por promessas… Os beijos… os cálidos beijos, cátedra do nosso amor. Mais tarde a aparição na tua praia, onde todos se atropelavam mas só nós existíamos… Olhares suspensos… palavras mudas… inquietude traduzida em silêncio… Corri para o mar na esperança de afogar uma visão que me cegou. Infrutíferas braçadas… A âncora partiu-se… Resta-me a estrela, a nossa estrela que irá perpetuar um sonho que foi nosso.

Monday, April 23, 2007



“Há certas horas em que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado, ou mesmo o estar ali, quietinho ao lado, sem nada dizer”

Foi neste silêncio… no silêncio da vossa escrita que aprendi a gostar de vós. Foi dessa semente que germinou um grande amor que se chama AMIZADE. Foi com a vossa determinação que conheci o verdadeiro sentido da coragem. Foi na vossa “casa”, que tantas vezes me senti na minha “casa”.

Seria desonesto não nomear os que eventualmente já foram nomeados, porque são os que visito mais assiduamente. Mas vou ser injusta, sei que vou sê-lo… porque há tantos outros que o merecem e não posso englobá-los num tão pequeno circulo. Também há uma corrente de amizade virtual que me impele a tal injustiça, mas sou humana e vou cometer mais um erro. Obrigatoriamente só posso nomear cinco, mas de coração vou nomear todos…

Não vou fazer quaisquer descriminações. Vou nomear pela beleza da escrita, sentimento, humanidade, criatividade, coragem, determinação, sentido de humor. E por tudo… tudo quanto me têm transmitido.

A estes e aos que não pude nomear o meu

OBRIGADA

E os nomeados são:

http://alquimiadossonhos.blogspot.com/

http://horizonte-o-limite.blogspot.com/

http://olhoscordolago.blogspot.com/

http://silenciodatuaausencia.blogspot.com/

http://conversocomigo.blogspot.com/

Thursday, April 12, 2007


O ATÉ SEMPRE

Acho que nunca te perguntei o que era o tempo. No meio de tantas perguntas que ficaram por fazer, perturba-me essa...O tempo é agora? É ontem? Já foi ou há-de vir?

Os livros... Os teus livros! Aprendi a ler baixinho, e a desvendar nas entrelinhas o que cada palavra quer dizer.

Os alunos... Os teus alunos! Aqueles que sempre encontravas e reencontravas e que te diziam que sim, que tinha valido a pena!

Os amigos... Os teus amigos! Todos os que passam e ficam e marcam e são marcados e riem e choram contigo. Os teus amigos... tantos!

A família. Só... Porque todas as palavras do mundo ficariam aquém de tudo o que foi vivido.

Doeu. Dói. Em nós.

Tudo o resto ficou para ti porque importantes eram os outros e o teu silêncio guardou o que não querias ninguém soubesse. Talvez lhe chame força... ou coragem... ou forma de vida... ou vida!

Há lutas desiguais. A que travaste foi disso exemplo. Chamo-lhe luta, sim! E exemplo, logo depois. Uma luta olhada de frente, com um sorriso nos lábios e a total disponibilidade para receber o que foi vindo. “Eu aceito tudo”, dizias. E aceitaste.... até ao fim. A desigualdade fez-te vencida.

O teu tempo agora é outro... é eterno e isso vale mais que o mundo. Olho para trás...Ficam as palavras... o carinho... a atenção... a coragem... os exemplos... o exemplo... a voz... os sorrisos... a força... as brincadeiras... as conversas... a vida...a luta...

Porque nos provaste que a vida vale mesmo a pena...

Porque soubeste acreditar e nos ajudaste a acreditar também...

Porque quando tudo estava a falhar tu conseguias olhar em frente...

Porque nos mostraste que desistir é palavra que não existe...

Porque todos os teus dias foram escritos com as cores do arco-íris e com a palavra Amor...

Vencida? Não... Lutadora! Lutadora até ao último segundo...

No final, ficam as coisas boas…as recordações… a luta! Que este seja mais um exemplo para todos os que continuam a acreditar. Desistir é palavra que não existe…

Obrigada!
(A.F.)



No final Ana, ficaram as recordações… as palavras que não foram ditas… os sonhos de esperança… a chave do meu Diário… as palavras que guardo do teu… um tesouro de infância que não se apaga da memória… confidências de muralha… o teu sorriso (nunca te vi triste)… a tua força … o teu companheirismo… a tua amizade…a tua amizade… a tua amizade…

Também fica a saudade de um tempo que foi nosso… da partilha da bica e do pastel de nata… das conversas em inglês para que alguém não entendesse… das viagens de estudo… das tardes no salão de chá… duma fuga ao Moledo…

Mas o que dói mesmo, Ana, foi a nossa última conversa… lutavas contra o tempo… tentaram vendar-me os olhos e tu, MULHER CORAGEM, foste buscar forças onde já não existiam para me soletrares baixinho: “Não desisto, vou vencer”.

Obrigada pelo teu exemplo.

Até sempre ANA