Wednesday, March 15, 2006


A minha ancora partiu-se

Naquela noite de domingo

Resta uma coisa estranha que dói...

Eu amava as tuas mãos

Mas calei a voz das minhas

E eu tinha sede, sabes?

Eu tinha sede...

Nunca o soubeste

A fonte não grita

Ao viandante que passa

Partiste... E o teu último olhar

Deixou em mim

Uma coisa estranha que dói...

Procuro em vão

A causa que te levou...

Sei que sentes na alma

O peso da angústia

E eu que posso dar-te!?

O que tenho para te dar?

Não posso quebrar as grades

Que me separam de ti

Nunca ouvirás o meu grito

Nunca poderás arrancar este espinho que me rasga o coração

Tu não sabes! Tu não sabes!...

E partiste, não sei para onde

Resta uma coisa estranha que dói...

Horas feitas de silêncio de dor e de saudade...

O chapéu que foi fonte de comunicação dorme agora em cima de um roupeiro

Ponte caída que já não posso erguer porque não sei onde estão as tuas mãos

Cortei minhas próprias asas

Amordacei minha própria vida

E hoje não conheço

As pedras do teu caminho nem a côr dos teus olhos

Só tenho uma coisa estranha que dói...

1 comment:

Abelhinha said...

grande despedida com muita tristeza e saudade...
não deixes calar a voz das tuas mãos...
deixo-te um aplauso e um grande beijo